sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Malmequer


Feria-lhe o peito aquela interrogação. Guardava as falas e os gestos dele como quem esconde o segredo da criação do universo. Ora, hás de concordar que tal revelação causaria um impacto indizível na humanidade; ao mesmo tempo que arrancaria certezas de alguns, incitaria surpresas em outros. Semelhante ao romance que imaginava estar vivendo.

Enquanto as situações concorriam para esse mar de inquietações, ela testava o tal amor num "bem me quer e mal me quer" constante... Certamente, esse monólogo repetitivo incomodou não só as flores, mas os amigos que viam nisso tudo um exagero característico do ser feminino.

Como um ser paradoxo por essência, talvez ela gostasse da magia da dúvida, e do mistério dos olhos claros, mas pararia o relógio e gravaria  em sua memória a hora exata em que ele a dissesse um "sim".

Supondo que essa história no momento não pode passar daqui, resta-me dizer  fim.

Viviane Nascimento.





quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Dona moça

A moça bailava e  nem era bailarina.
Cantava pela casa amarela enquanto aguardava ser pintada de azul.

A música anunciava novas folhas espalhadas pela rua.
Tinha cor de outono, cheiro de primavera e aconchego de inverno.

Moça dançando. Moça cantando. Moça bonita, não fique triste nesse verão...
A casa há de ser pintada.
As cores hão de chegar...
Tudo vai acender e permitir...

Viviane Nascimento.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Anjo

Percebe. Compreende. É ímpar.
Ajuda. Cativa. É graça.

Conversas. Risos. O dom de fazer bem.
Sua companhia registra sorrisos prolongados no meu rosto.
Acrescenta cor nos meus dias vagos.

Tem a missão e obrigação de manter-se por perto.
E quando não, reclamo. Faço questão. 

Ideias de uma mente egoísta.
Relato de quem sonhou com um anjo.

Viviane Nascimento.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Só de desejar eu tenho medo

Todas as impressões possíveis.
Nelas vejo e  respiro palavras duplas. Dúvidas mil. Cheias de nenhum e todo sentido.
Nenhum, por saber que se tratam de invenções platônicas.
Todo, porque suscita paixão. 
Invento as possibilidades de um sim. Desejo...mas tenho medo...
Em você encontro motivos que enlouqueceriam uma mente sã.
Nos seus olhos contemplo tanto mistério que seria capaz de me saltar  a alma em pleno êxtase.
E pra que não aconteça
E tudo fique na mesma
Eu tenho medo...


Viviane  Nascimento.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Nem tudo que se perde tem valor. Nem tudo que é bonito é amor.
S2
;)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Entrelinhas

Melhor assim.
O silêncio, a calma. 
Distante de uma confusão de emoções, pra que eu possa pensar os atos. Analisar os fatos.
Mas como acalmar essa voz que me angustia. Não é a voz de um anjo nem de um diabo. É a voz da realidade. 
Como ela é dura. 
Pior ainda é tentar entender os sinais. São enigmas. Não sei se pergunto ou calo.
Ah, mas se dissesse e viesse e quisesse eu seria alma, cor e fogo. 
Ah, se as perguntas desaparecessem...
Por que não exclamações? Outra pergunta... 
Ah, se tudo surgisse como naquele dia: embora avisado, inusitado.
Enquanto não vem, fico aqui olhando...Lendo você...
Encontro seus rastros nas dúvidas... 

Acho que sou feliz com essas incertezas. Até aqui  e assim você me faz  bem....




Viviane Nascimento.

Isso


Tens razão, por pouco vale a pena certa melancolia.
Sentir o amargo das incertezas e das sensações vagas.
De fato, faz sentido estar infeliz. Tocar o chão. Lavar o rosto com  poeira. Queimar-se.
Estás certo, todo sofrimento corresponde a plena felicidade.
Não é possível entender a grandeza de um sorriso quando nunca compartilhou a dor de uma lágrima.
Não banalize a felicidade! Permita-se estar triste! Seja feliz!!

Viviane Nascimento.