sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Malmequer


Feria-lhe o peito aquela interrogação. Guardava as falas e os gestos dele como quem esconde o segredo da criação do universo. Ora, hás de concordar que tal revelação causaria um impacto indizível na humanidade; ao mesmo tempo que arrancaria certezas de alguns, incitaria surpresas em outros. Semelhante ao romance que imaginava estar vivendo.

Enquanto as situações concorriam para esse mar de inquietações, ela testava o tal amor num "bem me quer e mal me quer" constante... Certamente, esse monólogo repetitivo incomodou não só as flores, mas os amigos que viam nisso tudo um exagero característico do ser feminino.

Como um ser paradoxo por essência, talvez ela gostasse da magia da dúvida, e do mistério dos olhos claros, mas pararia o relógio e gravaria  em sua memória a hora exata em que ele a dissesse um "sim".

Supondo que essa história no momento não pode passar daqui, resta-me dizer  fim.

Viviane Nascimento.





2 comentários:

Paulo Meireles disse...

Simplesmente magnífico!!!

Anônimo disse...

Arrasou, Louzinha!